quinta-feira, 9 de setembro de 2010

transliterações de um ambiente de trabalho

ócios do ofício

croc croc!
enfio dois grampos num contrato,
o sistema insiste em me tratar como um rato,
cobrando absurdos por migalhas de queijo.

telefone toca!
arrasto-me sorrateiramente pela mesa,
ciente do perigo dirijo-me a uma ratoeira,
atendo-a com um elegante - pois não?

corro os sistemas por entre ratoeiras,
calculo tudo duas vezes para ter certeza,
quando discordo, falo, brigo, por que não?

grampos, clipes, recusas de contratos,
pendências, análises, sistemas em colapso
nervoso, insisto até conseguir meu queijo.

(Emmanuel Vasconcelos)

Palavras ao Vento (Carne Crua)

Carne Crua


Minha sanidade busca em ti uma cura,
Preciso tê-la de qualquer forma,
Vestida com tua paz, intensidade pura,
Como uma jóia rara que não se joga fora,

Que mesmo vestida em seus véus vermelhos,
Não me causes medo, pois não és droga,
Que eu não te aches dentro de espelhos.
Toda minha ansiedade é sentir o efeito,

Saber teu gosto, perder meus medos,
Fazer o coração bater no peito,
E olhar no espelho e poder sorrir.

E da minha vida me tornar prefeito,
E de toda tua cura poder sentir,
Que és carne crua, nua e crua.

(Emmanuel Vasconcelos)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Palavras ao Vento (Crônicas Inacabadas I)

Crônicas Inacabadas

I

Eu quero construir uma estória que não tenha fim,
O segredo do seu legado está no fundamento do amar,
E eu tenho toda liberdade se quiser falar,
Mas palavras não traduzem o que se passa em mim.

Noite e dia, dia e noite eu só quero estar,
Ao lado daquela bela que me faz sorrir,
Do mínimo detalhe ao que só se pode sentir,
Em busca da verdade, de edificar o amar.

Mas em toda essa estória ela tem que estar,
Aberta ao amor que no coração tem,
E no coração dela eu hei de estar.

Mas em todo o universo e ainda mais além,
Tudo o que eu disser de nada adiantará,
Enquando eu não for de fato o seu alguém.

(Emmanuel Vasconcelos)